Por Pablo Mingoti
Atualizado em 16.03.23
PETAR, ou Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, fica no interior de São Paulo, quase na divisa com o Paraná. Um dos lugares mais lindos do Brasil, o destino é procurado por viajantes que adoram adrenalina, pois as principais atividades são visitar interiores de cavernas, cachoeiras subterrâneas, trilhas, rios e ecoturismo. A seguir, confira um guia de visitação da maior porção de Mata Atlântica preservada do Brasil.
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O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) fica em São Paulo, entre as cidades paulistas de Apiaí e Iporanga, quase na divisa com o Paraná. A principal porta de entrada é Iporanga, que fica a 320 km da capital e bem pertinho de Curitiba, a 185 km.
A melhor maneira é de carro, sendo as rodovias Régis Bittencourt e Castelo Branco as alternativas para quem sai de São Paulo. Já as cidades de Jacupiranga, Barra do Turvo e Ribeira são os caminhos para quem sai de Curitiba. A primeira opção é a mais indicada, devido às boas condições da estrada, mas é mais longa. As outras duas contam com curvas e estradas de terra.
Quem sai de São Paulo pode utilizar ônibus, as viações Intersul e Transpem fazem o trajeto. Você terá que parar em Eldorado ou Apiaí e pegar outro transporte rumo a Iporanga, como um ônibus da companhia Princesa dos Campos.
Independentemente da sua escolha de rota, priorize ir de carro. Você precisará de transporte para ir de uma atração para a outra, mesmo porque existem parques próximos, como o Parque Estadual da Ilha do Cardoso (Cananéia), o Parque Estadual de Intervales (Ribeirão Grande) e o Parque Estadual de Jacupiranga (Eldorado). Todos fazem parte desse conjunto de Unidades de Conservação.
Antes mesmo do PETAR existir, a natureza sempre esteve naquele espaço, com suas mais de 350 cavernas, fauna e flora. Foi somente em 1958 que o Governo de São Paulo criou o decreto do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), local com a maior porção de Mata Atlântica preservada do Brasil. Tanto que é uma Unidade de Conservação e Patrimônio da Humanidade reconhecida pela Unesco.
A Fundação Florestal e a Secretaria de Meio Ambiente de SP administram os parques. Com o tempo, a região do entorno – principalmente as cidades de Iporanga, Apiaí e Registro – foi se adaptando para receber turistas. A simplicidade e o rústico estão estampados em todos os lugares, como pousadas, restaurantes e atrações. Já as aventuras prometem subir a adrenalina de qualquer viajante.
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As principais atrações do PETAR são as cavernas. O visitante pode conhecer 12 delas, que são separadas em 4 núcleos: Santana, Ouro Grosso, Caboclos e Casa de Pedra. A mais procurada é a Santana, mas a Ouro Grosso também conta com estrutura para cursos, palestras e alojamentos para grupos escolares.
Para entrar, é preciso pagar ingresso e ter um guia credenciado, autônomo ou com agência. Viajar com a agência pode ser uma ótima pedida, pois o ingresso já estará incluso no pacote.
Normalmente, os passeios começam em trilhas e seguem para as cavernas, cachoeiras e atividades de ecoturismo, como boia cross, escalada, rapel e tirolesa. São 35 mil hectares de Mata Atlântica preservada, então a conexão com a natureza é constante.
É preciso estar preparado(a) para se aventurar, afinal, você vai conhecer cavernas e fazer diversas trilhas. Ou seja, esse passeio pede uma dose de atenção, então confira as dicas e informações que prometem te ajudar no planejamento:
Como você notou, o PETAR é um destino voltado para quem está acostumado com viagens de aventura e ecoturismo. Entretanto, iniciantes conseguem aproveitar o passeio, pois os guias facilitam bastante.
Além das cavernas, prepare-se para fazer trilhas, visitar cachoeiras e praticar diversas atividades de ecoturismo. A seguir, conheça as principais atrações que são dignas de entrar no seu roteiro:
As cavernas que fazem parte do núcleo são Santana, Morro Preto, Caverna do Couto e Água Suja. A caverna mais bonita do PETAR é Santana, com salões de estalactites e estalagmites perfeitas. O tempo de caminhada para chegar até a caverna é de 5 minutos, mas no interior você levará mais de 2 horas.
Segundo estudos, o Morro Preto foi lar do homem primitivo; a caminhada externa dura 15 minutos e a interna dura 1 hora. A Caverna do Couto também possui a mesma duração na parte de dentro. Por fim, a Água Suja guarda uma cachoeira subterrânea, onde é possível se refrescar. Para chegar até lá, é preciso fazer a trilha do Rio Betari, com 40 minutos de trajeto.
A caverna principal desse núcleo é a do Alambari de Baixo, devido à entrada gigantesca e um rio no interior. Prepare-se para encarar uma caminhada de 40 minutos e percorrer 2 horas de muitas rochas.
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Outra caverna desse núcleo é a Laje Branca, procurada principalmente por aventureiros de rapel. A de Ouro Grosso conta com uma sequência de cachoeiras e poços profundos, por isso, é importante ter ajuda de uma corda para fazer o trajeto de 2 horas pelo interior.
A Caverna Casa de Pedra é considerada o maior pórtico do mundo pelo Guiness Book, com cerca de 250 m. Não é possível visitar o interior até que seja feito um Plano de Manejo Espeleológico. Assim, só é permitido fazer a trilha com duração de 3 horas. Apesar disso, vale a pena conhecer as exuberâncias da atração. A Caverna Cristal é outra desse núcleo, com formas magníficas por dentro.
Considerado o primeiro núcleo criado no PETAR, que se destaca por um camping no interior. As cavernas são Pescaria, Teminina e Desmoronada, essas duas últimas com acesso por uma caminhada de 2 horas. A que deve obrigatoriamente entrar no seu roteiro é a Desmoronada, que atravessa uma montanha e chega a uma abertura conhecida como Vale da Ilusão. Pague uma taxa de R$ 12 para entrar e mais R$ 18, se quiser acampar.
A cachoeira principal é a do interior da Caverna Ouro Grosso, mas há outras espalhadas pelo PETAR e são acessadas por trilhas. A Cachoeira das Andorinhas tem 35 m e o acesso é pela Trilha do Rio Betari, no Núcleo Santana. Ali do lado, está a Cachoeira do Betarizinho ou Beija-Flor, com 45 m.
A do Couto tem 5 m e o acesso é por uma pequena trilha de 5 minutos. A das Arapongas é a maior do parque, sendo preciso pagar R$ 5, pois se trata de propriedade particular. A do Sem Fim também custa R$ 5 e conta com 3 pequenas cachoeiras juntas. Por fim, a Cachoeira Sete Reis está no Núcleo Caboclos, onde é possível visitar a Maximiano.
A Trilha do Rio Betari é a principal no PETAR, pois leva até a Piscina Natural do Betari, um local para mergulhar e relaxar a mente. Contudo, os que gostam de adrenalina podem fazer atividades de ecoturismo, como o Boia Cross – dizem que esse passeio aquático nasceu no PETAR na década de 70.
Além disso, o Duck é uma atividade em que os viajantes deitam em um bote inflável e navegam pelas correntezas. O guia levará você até locais onde estão os equipamentos e o preço pé é de R$ 30 por pessoa.
Ao contratar guias ou agências, não se esqueça de perguntar sobre a possibilidade de fazer escalada, rapel, cascading ou tirolesa. O rapel é realizado em paredões e em bocas de cavernas, já o cascading é feito em cachoeiras. A Caverna do Ouro Grosso é o local para os escaladores.
Por fim, a tirolesa é rústica e o local onde ela costuma ficar é o Rio Betari. Para escalada, rapel e cascading, o preço chega a ser R$ 100 por pessoa, mas é possível comprar pacotes.
Essa atração fica nas redondezas do PETAR, no Parque Estadual de Jacupiranga, em Eldorado, no km 111. A Caverna do Diabo é uma das maiores do Brasil e do mundo, sendo interessante inserir no roteiro. O ingresso custa R$ 16 para adultos e também é preciso contratar um guia, por cerca de R$ 18.
Prepare-se para fazer uma trilha e visitar o interior em diferentes tipos de roteiro. Além disso, o Parque Estadual da Caverna do Diabo conta com a Trilha da Cachoeira do Araçá e a Trilha do Mirante, de onde é possível observar o Vale do Ribeira. Saiba mais sobre os ingressos no site.
Por fim, confira com os guias ou as agências se as cavernas e as trilhas que você deseja visitar estão abertas para visitação, pois é comum algumas ficarem fechadas por questões de segurança.
A cidade de entrada para PETAR, Iporanga, oferece diversas pousadas com um toque rústico para diversos tipos de públicos. Comece sua pesquisa com a seleção a seguir:
Também é possível acampar. Para isso, busque a Toca da Serra, do Benjamim, do Dema e do Moria. Você paga uma taxa, geralmente por pessoa – para armar barraca ou estacionar o trailer – e tem à disposição banheiro e algumas infraestruturas.
Existem algumas informações que só os viajantes que já passaram por lá sabem, como a importância de levar dinheiro vivo. Se você está em busca de mais dicas, assista aos vídeos com a opinião de pessoas que visitaram o PETAR:
Embarque em uma aventura com cavernas escuras, cobras, trilhas, pôr do sol, cachoeiras subterrâneas e até uma parada para caldo de cana na estrada. Atravesse cavernas com água até o pescoço e encontre morcegos. Enfim, o roteiro de três dias é perfeito para um passeio com os amigos. Assista na íntegra.
Acompanhe um camping na Toca da Serra e conheça o núcleo Santana de Cavernas, o mais visitado do PETAR. Prepare-se para um contato com a natureza e paisagens que incluem cachoeiras, trilhas e morros. Um conteúdo perfeito para se ambientar no principal núcleo do destino.
Acompanhe um vlog pelas principais cavernas e saiba como é o ambiente sem nunca ter pisado o pé lá. Além disso, o vídeo enfatiza a importância de levar sapato fechado, calça e camiseta, preferencialmente de manga comprida. Solte o play e confira outras dicas.
Entre em contato com um monitor ambiental cadastrado e faça trilhas para chegar à Caverna do Diabo, a maior caverna de São Paulo. Você vai ver de perto as estalactites, estalagmites e rochas que formam locais perfeitos para fotos. Assista e confira outras dicas, incluindo sugestão de restaurante.
Por fim, saiba que o sinal de wi-fi e telefone pode ser precário em algumas áreas, sendo uma ótima maneira de se desconectar da vida cotidiana.
Apesar do sinal fraco, é possível levar câmeras fotográficas e celular para fazer registros. Seja em foto ou vídeo, busque documentar sua viagem para eternizar o seu passeio. Inspire-se nestas imagens:
Prepare os equipamentos de segurança e faça um passeio pelas cavernas do Brasil, uma aventura recheada de emoção e paisagens lindas. Subindo a estrada um pouco mais, é possível chegar à Serra da Bocaina, entre São Paulo e Rio de Janeiro.